A guerra atinge indiretamente o Brasil, com a invasão na Ucrânia que é uma das principais  fornecedoras global de potássio e nitrogênio, ingredientes micronutrientes presentes em boa parte dos fertilizantes.  Com isso, pode gerar repercussões em muitos mercados, e isso inclui a agricultura brasileira. 

Ainda não foram suspendidos os embarques do produto para o Brasil, porém a Rússia paralisou futuras negociações devido ao atual cenário entre os países europeus. 

No entanto, não é o momento para alardes, segundo o ministério da agricultura, o Brasil tem fertilizantes para o plantio até meados de outubro. O país é o quarto maior importador, e com isso, fica responsável em torno de 8% do consumo global. O Brasil importa por volta de 80% de todo o fertilizante utilizado na produção agrícola nacional. O percentual do potássio importado fica em torno de 95%. A Rússia e Bielorrúsia são aliados na guerra contra a Ucrânia – o primeiro é responsável pelo fornecimento de 25% dos insumos, e o segundo, de 5%.

A incerteza do fornecimento do produto pela Rússia é o caminho para avançar nas técnicas para descarbonizar o campo. O Brasil é um dos países mais interessados em liderar a produção de hidrogênio verde. O Ministério de Minas e Energia vem elaborando planos para criar um mercado interno para o hidrogênio e amônia verde. O principal objetivo é obter amônia com baixa, ou até nenhuma, emissão.

Atualmente, a agropecuária é responsável em torno de 28% das emissões de gases de efeito estufa, e quase 10% vêm dos fertilizantes nitrogenados. Com isso, é liberado óxido nitroso, que é um dos gases mais nocivos para o efeito estufa e liberam grandes quantidades de CO2 em sua produção.