Há 50 anos, a ONU (Organização das Nações Unidas) realizou a Conferência de Estocolmo, o primeiro grande evento a reunir chefes de estados para discutir a preservação dos recursos naturais. Para marcar a importante mudança de paradigma e conscientizar a população mundial sobre o tema, a ONU instituiu que dali para a frente todo 5 de junho marcaria o Dia Mundial do Meio Ambiente. 

 

Desde então, países e empresas têm buscado novas soluções para mitigar problemas ambientais, como a emissão de GEE (gases do efeito estufa), desmatamento, uso de recursos e outros. Um dos principais setores econômicos que pode fazer a diferença para frear ou reduzir tais desafios é a agropecuária.

 

No caso do Brasil, por exemplo, as atividades do agro foram responsáveis por 73% das emissões de GEE do Brasil em 2020, segundo dados mais recentes do SEEG ( Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa). Ao mesmo tempo, a agropecuária foi o setor que mais reduziu as emissões de carbono entre 2005 e 2020, revelando o poder que o setor pode ter na preservação do Meio Ambiente. Nos próximos nove anos, o setor deve impulsionar a adoção de tecnologias de produção sustentável em 72,68 milhões de hectares de pequenos e grandes agricultores e pecuaristas.

 

Algumas das soluções propostas pelo plano já são adotadas por grandes empresas e propriedades rurais, trazendo resultados ambientais, incrementos de produtividade e até redução de custos. Conheça cinco delas abaixo:

 

1 – Tratamento de resíduos animais

Os resíduos animais são um dos principais desafios ambientais na atividade pecuária. A disposição incorreta destes dejetos no solo pode poluir corpos d’água superficiais ou subterrâneos e piorar a qualidade do solo para agricultura, afinal os resíduos podem desequilibrar a quantidade de nitrogênio ou fósforo acumulado no solo. Uma das principais tendências tecnológicas no agro para resolver esse desafio tem sido o tratamento ou transformação destes resíduos em fertilizantes ou até energia.

 

2 – Uso de bioinsumos

Seja para controlar pragas e doenças, fertilizar solos ou impulsionar o crescimento de plantas, os bioinsumos são criados a partir de enzimas, extratos de plantas, microrganismos e macrorganismos. Entidades como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estudam a criação de produtos deste tipo e também indicam como os produtores podem desenvolver o item em suas propriedades.

 

A substituição de defensivos químicos por bioinsumos tem se tornado uma tendência e pode ser uma das chaves para uma produção mais forte e sustentável. Além de deixar menos resíduos no solo, impactando positivamente o desenvolvimento das culturas, o produto biológico pode ajudar a reduzir gastos. 

 

3 – Irrigação eficiente

Mesmo ocupando apenas 7% da área agricultável do Brasil, o equivalente 4,4 milhões de hectares, a irrigação está interligada a cerca de 40% do valor gerado pela produção agrícola do Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além de oferecer um incremento nos resultados, em alguns casos quase duplicando a produção por hectare, a adoção de uma irrigação eficiente pode reduzir o desperdício de água.

 

4 – Adoção de sistemas integrados

Uma tendência incentivada por empresas como Syngenta, John Deere e outras é a adoção de sistemas integrados, como a ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta). Segundo estudos da Embrapa Milho e Sorgo (MG), a fixação de carbono por árvores em sistemas agroflorestais é capaz de neutralizar a emissão de metano por bovinos.

 

5 – Plantio de florestas

Junto com a tendência de ILP e ILPF, algumas empresas têm investido no plantio de florestas ou reflorestamento. Tais ações são capazes de compensar as emissões de GEE ou, em alguns casos, até neutralizar tudo que é solto para a atmosfera durante a produção agrícola.

 

Fonte: atmosferaonline.com.br