A Cúpula do Clima, maior comprometimento dos líderes mundiais quanto à implementação de políticas públicas e ações para ampliar a conservação de biomas e ecossistemas e diminuir os riscos das mudanças climáticas, é um aceno de grande oportunidade para o agro brasileiro. 

Esta foi a análise feita por Francisco Beduschi Neto, executivo da National Wildlife Federation (NWF) no Brasil. Segundo ele, os anúncios promovidos pelo governo federal indicam uma nova postura perante a questão ambiental, mas, para sua efetividade, acredita que é necessária a elaboração de uma agenda, com a participação ativa da cadeia do agronegócio, assegurando transparência e o progresso até 2050, quando se pretende atingir a neutralidade climática, afirmou em nota divulgada no último dia 30. 

Vale ressaltar que em sintonia com a cúpula, as mudanças de consumo e visão de mercado estão atentas ao que diz respeito à questões ambientais, e as nações compradoras de commodities e produtos brasileiros querem uma resposta rápida e eficiente do Brasil quanto à conservação ambiental e ao combate e erradicação do desmatamento ilegal e da invasão de áreas protegidas.

Frente a isso, Beduschi Neto pondera que o país deve acelerar ações relacionadas que mostram esse direcionamento, e sinaliza caminhos como dinamizar a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR), complementar a implementação do Código Florestal e aprimorar sistemas de informação e conjuntos de dados existentes. 

“Por outro lado, é importante ressaltar a sanção da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, que remunera os produtores rurais, estimulando a manutenção e preservação ambiental”, complementou.

O país já liderou as questões ambientais em diversas oportunidades e, mais uma vez, tem a chance de se colocar como formador de opinião na pauta, segundo o olhar do executivo.  A seu ver, se o Brasil não agir com celeridade, poderá perder oportunidades de investimentos, crescimento, desenvolvimento e de condução de novos mercados, como a bioeconomia, economia verde e economia do carbono, que já estão aceleradas em outros países e podem ser um oásis para o agro brasileiro.

Fonte: Carnetec