Em entrevista à Carnetec, Ariel Mendes, diretor-presidente da Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), afirma: “Hoje, as pessoas sentem orgulho de trabalhar na produção de alimentos e é importante que isto continue, pois produzir alimentos saudáveis e de qualidade é uma maneira de preservar a saúde de seus filhos e demais familiares e dos consumidores em geral.”
Segundo ele, apesar de tudo, há motivos para otimismo com as lições deixadas pela pandemia da covid-19. “A ciência dará um grande salto na produção de vacinas e medicamentos para o controle de enfermidades virais e isto será repassado, no curto prazo, para o setor animal”, reitera.
O dr. Mendes tem vasta formação na área veterinária, tanto nacional quanto internacional, e participa da diretoria da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e suas entidades predecessoras em diversas gestões. São mais de 40 anos dedicados à pesquisa e ao fortalecimento da avicultura brasileira e latino-americana, e trouxe um pouco de sua visão e crenças para os setores de aves e suínos no país.
Sequelas sanitárias da covid-19
Para Mendes, as sequelas sanitárias serão pequenas e mais benéficas do que maléficas, pois o setor de carnes teve de aprimorar os procedimentos de produção para evitar a contaminação de seus trabalhadores e para que continuássemos a exportar produtos seguros. Para tanto, foram implementados protocolos de produção desde a primeira hora da pandemia, os quais foram posteriormente validados pelas autoridades sanitárias e trabalhistas brasileiras e que acabaram servindo de modelo para outros setores da economia e mesmo para outros países. Com isso, subimos mais um degrau na escala de qualidade que já é reconhecida internacionalmente pelo alto grau de profissionalismo e tecnificação.
Pandemia e compartimentos avícolas livres de Influenza Aviária e Doença de Newcastle
Certamente os protocolos pandêmicos farão com que os empresários passem a olhar o compartimento de uma maneira mais realista, pois o susto causado pela pandemia foi grande num primeiro momento. O processo de compartimentação tem um custo relativamente alto para implementação e manutenção ao longo dos anos, mas isto é compensado pela manutenção de mercados em épocas de crises sanitárias causadas por surtos de Influenza Aviária e de Doença de Newcastle. Embora o país esteja livre dessas enfermidades, temos de lembrar que o mundo está muito globalizado e estas doenças não respeitam fronteiras geográficas.
Legado pandêmico
O varejo e os consumidores estarão muito mais conscientes sobre a importância de adotar práticas de higiene adequadas, coisa que a indústria já faz de longa data, mesmo que, às vezes, a qualidade dos alimentos se perdia ao longo da cadeia de distribuição. Certamente esse será o grande legado da pandemia.
Pandemia e avanços na ciência
A ciência dará um grande salto na produção de vacinas e medicamentos para o controle de enfermidades virais e isto será repassado, no curto prazo, para o setor animal. Vemos a produção de vacinas, que demorava de 5 a 10 anos, agora serem desenvolvidas em menos de um ano. Embora algumas utilizem processos antigos e bem conhecidos como a inativação de vírus, outras tecnologias de manipulação de RNA são muito promissoras.
Recado para as linhas de frente
Em primeiro lugar, gostaria de cumprimentar os trabalhadores da indústria de carnes que, igual ao pessoal da saúde, não se omitiu e foi para a luta, o que permitiu que não houvesse desabastecimento. Trata-se de um exemplo que ficará na história e as gerações futuras saberão reconhecer este esforço que foi feito.
Confira na íntegra: https://www.carnetec.com.br/Industry/News/Details/97382
Fonte: Carnetec