Maior rede de pet shops do país obtém 25% das receitas com canais digitais e sustenta alta de 24% nas ações em 2020
Ainda não sabemos se o home office vai permanecer nos modelos de trabalho, mas, se tem uma categoria que ganhou com esse sistema foi o mercado pet. A convivência com os animais de estimação incentivou alta no consumo de alimentação especial, serviços, brinquedos e acessórios, o que movimentou as empresas e abriu portas à inovação.
A Petz, maior rede de pet shops do país, registrou no balanço anual, crescimento de 25% na receita através dos canais digitais, e concretiza, assim, que o crescimento do setor é mais estruturado e sólido do que apontavam as estimativas do último ano.
As vendas subiram tanto nas lojas físicas, algo esperado com a normalização dos horários de operação, como no canal digital, que teve crescimento de 393% em relação ao mesmo período de 2019.
“O canal físico já está com performance melhor do que no pré-pandemia, enquanto o digital superou as melhores expectativas”, afirmou Sergio Zimerman, fundador e presidente da Petz, em entrevista à EXAME. Segundo ele, havia uma avaliação de analistas — e dos executivos em termos — de que a normalização das unidades físicas pudesse, em termos proporcionais, fazer recuar a participação do canal online, o que não aconteceu.
Os canais digitais responderam por mais que o triplo, era de 7,8% do total um ano atrás. Antes da pandemia, a empresa estimava que poderia chegar a 20% das vendas pela internet em um período de cinco anos.
Como isso aconteceu?
Para a Petz, há duas situações que ajudam a explicar o crescimento das vendas digitais apesar da reabertura e da ampliação dos horários de funcionamento das lojas de rua e de shoppings.
A primeira é que donos de animais passaram a comprar mais brinquedos e petiscos para seus animais com a pandemia e o tempo prolongado dentro de casa, optando pelo delivery e compra online, respeitando assim o home office e a situação pandêmica.
“O mercado mudou de patamar com a pandemia. Isso estimulou a humanização do tutor com o seu animal”, afirma Diogo Bassi, “Foi uma mudança cultural”, completa.
Além da mudança de consumo, o esforço em fidelização dos clientes digitais manteve o consumo em crescente.
O segundo fator que ajuda a explicar o desempenho das vendas é que um em cada cinco novos clientes é novo dono de pet, segundo a rede varejista. O aumento do número de pessoas que decidiram comprar ou adotar um animal de estimação com a pandemia foi decisivo, uma informação qualitativa obtida por meio do cruzamento de diversas fontes, de vendas em kennel club (clubes de criadores) a consultas em casas especializadas em doação.
E para 2021?
O novo ano, ainda em clima pandêmico, deve despertar inovação no mercado, com o incremento e valorização de serviços antes secundários como creches, pet sitter e pet walker, visto que muitas empresas estão voltando ao sistema presencial e os tutores buscam alternativas para entreter seus pets durante sua ausência.
O olhar também se volta a expandir os canais de vendas, aumentar variedade de serviços e aprimorar entregas nas principais capitais do país.
Fonte: Exame